Minhas velhas Cicatrizes
Muitas vezes ser liberto de algo por DEUS é como colocar um passarinho que sempre esteve em cativeiro ao ar livre, de fato ele está liberto, mas o cativeiro ainda está lá, estático em sua cabeça,desta forma ele continua preso mesmo estando livre, e assim como esse passarinho eu venho de forma gradativa, sentindo no corpo e alma que o cativeiro começa a ser visto de longe,cada vez mais distante desta proximidade que me tocou por tanto tempo, mesmo quando o cativeiro ainda parece mais seguro e confortável do que o passo em seguida.
Em alguns dias eu me levanto e só gostaria de poder dormir por pelo menos mais uma semana, como se isso fosse me livrar de mim mesmo, eu gostaria de aceitar a ajuda que chega, mas não aceito a dependência deste relacionamento, eu gostaria de me livrar dessas correntes, mas o fato é que eu as trato como uma joia a qual eu sempre acrescento valor e importância, eu penso em ver o sol logo de manhã, mas insisto em continuar a dormir por mais 5 minutos além do que eu deveria, eu vivo querendo dizer que vivo a vida, mas acabo por deixar a vida tomar as rédeas de minhas decisões, é fácil perceber isso a cada fuga deste abraço, a cada murmúrio de dor e arrependimento não curado, eu costumo pensar no futuro com a mesma maturidade presa nos desejos do passado, e pior, canto as velhas músicas sempre que não sei o que cantar, mas o que eu posso fazer, sempre gostei de me sentir confortável , não é mesmo?, sempre sonhei com os mesmos filmes e escrevi sobre as mesmas velhas cicatrizes, já que com os velhos filmes eu nunca fui surpreendido no final da história.
Mas já algum tempo eu aprendi a esquecer meu próprio nome, isso para dar lugar a um nome que a apenas uma vez confessado faz toda a diferença, que apenas uma vez confessado, me faz aceitar o que eu próprio julguei não ser capaz de me deixar aceitar. Mesmo depois de uma caminhada de anos, eu entendi que ainda não sei caminhar, ao menos não sozinho, e mesmo se pudesse, acredito que não quero mais.
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